CH. 15 - A vida é curta, mas não precisa ser pequena
Hoje é domingo. Escrevo esse texto hoje mesmo, no dia de postar o conteúdo desse blog - eu espero que consiga editar até o fim do dia para isso chegar até você.
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Hey, you 🦋✨
Hoje é um dia chuvoso, como diria Djavan “um dia frio, um bom lugar para ler um livro e o pensamento lá em você, pois sem você não vivo.” Brincadeiras à parte, a chuva veio em boa hora, porque estávamos sem ela há pelo menos 150 dias, então sou grata.
Não sei você, mas eu amo os domingos! Gosto de ficar desconectada da vida, das pessoas, das redes sociais, tirar um tempo para cuidar da minha espiritualidade, do meu relacionamento com Deus, para me dedicar às artes e ter um dia ordinário de coisas que alimentam meu espírito e, os domingos, são esses dias para mim. Eu acho que tenho esperado mais pelos domingos do que pelas sextas-feiras nos últimos anos, acredito que desde quando entrei nessa busca pelo autoconhecimento, que coincidentemente, iniciei em um domingo.
Direto ao que interessa
Assisti esse filme esses dias, ele se passa ali perto da década de 1950, conta a história de uma viúva, empregada doméstica em Londres e que após ver um vestido da Christian Dior na casa de uma das pessoas para quem presta serviços, começa a sonhar a ter um vestido da marca.
O filme parece ser algo bobo e fútil, afinal, ter um vestido de grife é o sonho de uma pessoa? O que tem de relevante nisso? Mas ele consegue discutir coisas muito interessantes sobre classes sociais, dinheiro e status e tem uma certa magia no ar que nos faz pensar nos nossos sonhos.
Alguns dos temas tratados no filme, vão de encontro a tudo que eu tenho pensado e refletido nos últimos anos no meu processo de autoconhecimento.
A gente sabe que a Dior é uma marca de grife, ao menos ela foi projetada para atender os desejos das altas classes da sociedade. Mas o filme mostra um pouco dos bastidores da história, que embora o objetivo da marca fosse atingir as pessoas de maior poder econômico (então era provável que tivesse muito valor), ela estava passando por uma crise, porque as pessoas queriam ostentar a marca, mas não queriam pagar pelos vestidos - coisas da alta burguesia.
De encontro à esse cenário, as pessoas que queriam e podiam pagar naquele momento (as menos ricas da sociedade), eram privadas disso, pois a marca carregava aquele ar de “não ser para qualquer um”, era sempre destinada às pessoas com status na sociedade.
Isso me fez perceber como a nossa sociedade nos faz enxergar valor em certas coisas fúteis. Porque tudo está sempre condicionado ao status, àquilo que queremos mostrar ao outro, por apenas status, não porque é a nossa verdade.
A sensação que tenho é que às vezes, o caráter e a verdade não são as coisas mais valorizadas na nossa sociedade, basta você ter um nome conceituado ou muitos seguidores nas redes sociais para ser respeitado. Isso me preocupa muito, porque impacta naquilo que estamos construindo enquanto sociedade e nas vidas das novas gerações.
E para mim não faz o menor sentido, pois parece que estamos colocando a vida num lugar de espaço tão banal.
Sempre é sobre o que eu quero para mim, não importa o que o outro vai sentir, desde que eu satisfaça meus desejos. É sobre vender nossos princípios e verdades, para comprar uma cadeira no status social. Coisas que com toda certeza, não farão a menor falta no nosso leito de morte.
A vida é curta, mas não precisa ser pequena
Essa frase mexe muito comigo, porque me faz refletir sobre como estou vivendo os meus dias aqui na terra. Se vivo de acordo com a minha verdade. Se o que faço faz sentido. Se estou tendo um bom relacionamento comigo, sobre meu relacionamento com os outros, sobre como cuido da minha espiritualidade. Para mim a grandeza da vida se encontra nisso. Não em ter o melhor carro ou viagens extravagantes.
É sobre aquilo que construímos ao longo da vida, que não pode ser contado nos dedos ou guardado no banco. Sobre o impacto que causamos e sobre as memórias que criamos, essa é a grandeza da vida.
Uma das ferramentas de autoconhecimento que uso é a escrita. Porque entendo que quando a gente escreve, a gente passa a materializar as coisas, torná-las reais. Uma forma da gente fazer com que as coisas fiquem mais concretas e esses registros que podemos escrever, é a forma da gente sempre revisitar e reafirmar dentro da gente os nossos valores e aquilo que acreditamos.
Acredito que escrever também nos faz enxergar a grandeza da nossa vida, quando olhamos para os pequenos detalhes que juntos constroem nossa história.
Gosto de escrever cartas para mim e também para os outros, daquelas coisas que eu não consigo falar, ou para as pessoas que já saíram da minha vida e eu não tenho mais contato, essas eu deixo guardadas e espero que elas nunca cheguem aos destinatários, como acontece em Para Todos os Garotos que já Amei, pois seria vergonhoso, risos.
Mas escrever é a forma de eu me despedir, desprender ou só mesmo desengasgar meus sentimentos.
E porque o nome desse blog é Cartas From Brasil, deixo abaixo um texto que escrevi esses dias, sobre esses momentos de apreciação da beleza da vida.
25.7.24
Carta terapia
Hoje eu vi que o lírio aqui de casa deu flor, que deliciosa a sensação de ver uma vida desabrochar. Uma rosa branca, dois botões, muito perfumados. Sem papo filosófico nem nada, percebo que as coisas boas que queremos na vida demandam tempo.
É a primeira vez em anos que esse lírio floresce e agora deu uma linda flor. Duas, na verdade, e tem mais botões para desabrochar.
Isso me faz pensar também que eu demorei a desabrochar. Que reprimi dentro de mim todo o meu potencial, que perdi um pouco a minha essência de menina. Mas aos poucos estou mostrando ao mundo para o que vim. Estou aumentando a minha voz, ganhando o meu espaço.
Devagarinho vai.
Hoje eu termino o dia com o coração grato pelo lírio, por Deus e pela vida.
Não é o que eu sonho, mas é pelo que eu agradeço.
Essa música reflete o meu estado de espírito ultimamente.
I love this artist and his creativity.
É primavera, te amo.
This song gives me energy in the bad days.
Conexão 🇧🇷 X 🇮🇹.
Para aquecer o coração nesse domingo frio…assista isso, mas vá com um lencinho para enxugar as lágrimas.
Happy Sunday. See you soon! 🙃